D. Ruth

quarta-feira, 25 de junho de 2008




Elegância, sensibilidade, equilíbrio, sensatez, simplicidade, dignidade...
Mulher forte, dona de pensamentos inovadores que mudaram a cara dos projetos sociais no Brasil como fundadora e presidente da Comunidade Solidaria , atuando em projetos sobre democracia e responsabilidade social...
Criadora do Bolsa Escola e Bolsa Alimentação, embriões do Bolsa Família do atual governo brasileiro...
Doutora em Antropologia pela Universidade de São Paulo, professora, escritora, envolvida com questões sociais sobre direitos da mulher, imigração, juventude, violência e cidadania...
Quantas belas palavras definem esta mulher, quantas lições ela nos deixa, quantas sementes floresceram e florescerão baseadas em seus estudos e ensinamentos.
D. Ruth, nossa eterna Primeira Dama, este titulo só pode ser seu a despeito da sua atitude sempre discreta, pelo legado que a senhora nos deixa, exemplo a ser seguido pelo povo brasileiro, motivo de orgulho para todas as mulheres.

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Anticoncepcional de emergência

quinta-feira, 19 de junho de 2008


Como o próprio nome já diz, ele deve ser usado em situações de emergência. Melhor explicando, situações inesperadas ou acidentais, nas quais as mulheres ficam expostas a uma gravidez indesejada. Basicamente, são duas as principais:
-falha do método contraceptivo em uso, como nos casos em que o preservativo se rompe, quando há expulsão do DIU ou quando há esquecimento no uso dos contraceptivos orais ou injetáveis
-violência sexual
Porém, o que se pode notar é o uso cada vez mais frequente e indiscriminado dos anticoncepcionais de emergência (ACE). Há algum tempo atrás este comportamento era nitidamente mais comum entre as adolescentes, na maioria das vezes inexperientes e desinformadas sobre as questões que envolvem a saúde sexual. Hoje, mulheres adultas, que já pariram, que tem acesso a todo tipo de informação têm, inadvertidamente, feito uso dos ACE como opção de método contraceptivo de rotina.
Que ele é um método que apresenta vantagens quando usados nas indicações corretas não há dúvidas, até porque não se trata de um método abortivo como algumas pessoas pensam. Os ACE agem impedindo a fecundação, seja retardando a data da ovulação, seja modificando a consistência do muco cervical, tornando-o hostil à migração dos espermatozóides no trato genital feminino.
Porém não se pode deixar de observar alguns detalhes que se agravam quando o uso se torna abusivo. Além de efeitos colaterais como náuseas, vômitos, dor mamária, não se pode esquecer que o uso inadvertido dos ACE pode fazer aumentar a exposição e incidência das DST-AIDS, uma vez que pode haver o abandono do uso de preservativos. Importante também saber que o uso repetitivo dos ACE faz com que sua eficácia fique comprometida. O índice de falha (Índice de Pearl) que calcula o número de gestações/100 mulheres que utilizam um determinado método contraceptivo por 1 ano, para os ACE é de 2%, porém, com o uso abusivo a falha será maior. Fatores determinantes para garantir a eficácia dos ACE são o prazo decorrido entre a relação desprotegida e a administração do medicamento que não deve ser maior que 5 dias e a fase do ciclo menstrual em que a mulher se encontra no momento. O índice de eficácia é de 75%, o que quer dizer que de cada 4 possibilidades de gravidez indesejada 3 serão evitadas.
Sem dúvida, fica claro que é muito mais seguro o uso regular de um método contraceptivo de rotina e, que o preservativo é o único método que agrega as duas funções, contracepção e prevenção das DST-AIDS. Existem hoje várias formas de apresentação dos contraceptivos, todos com baixas dosagens hormonais, sejam eles as pílulas convencionais, os injetáveis, os adesivos, os anéis vaginais e até mesmo dispositivos intra-uterinos associados a baixa dose de progesterona. Cabe a cada uma de nós, sob orientação médica, decidirmos qual deles é o mais adequado ao nosso perfil e usá-los com segurança. E, sem esquecer que a associação de qualquer um deles com o preservativo traz o benefício da proteção contra as DST, incluindo o HIV.

Solange Portela, ginecologista

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Adolescentes x HIV

domingo, 8 de junho de 2008



-Como é que eu vou contar a minha mãe ?
Foi essa a primeira pergunta que eu ouvi dela, uma menina de 16 anos, após ter sido informada sobre os resultados dos exames, o que eles significavam, o que era preciso fazer daqui em diante pela sua saúde
Ela acabara de saber que é portadora do vírus HIV. No seu rosto o retrato do medo, nos seus olhos duas lágrimas carregadas de profunda dor...era evidente a quantidade de dúvidas que rondavam pela sua cabeça naquela hora mas, essa foi a primeira pergunta.
Ele tinha sido seu primeiro namorado, apenas 4 anos mais velho que ela. Ela havia pedido para que ele usasse preservativo, ele havia se negado. Ela jurara para a mãe que ele usaria.
Ela veio ao ambulatório de DST porque apareceram verrugas. Ele foi convidado a comparecer mas não o fez, aliás, ele "desapareceu da vida dela" antes mesmo dela saber o resultado das sorologias.
Ela terá acompanhamento médico e psicológico, aprenderá a diferença entre ser portadora do vírus e ter AIDS, aprenderá a se proteger, e, por causa da sua primeira pergunta penso que terá a compreensão e ajuda da mãe.
Ele, sem saber do seu estado sorológico, vai estar por aí tendo relações desprotegidas, pondo em risco a própria saúde e a das pessoas com quem mantiver relações sexuais. Sua família, muito provalvelmente, só tomará conhecimento dos fatos quando houver pouco ou quase nada a ser feito.

Apenas com estes poucos detalhes desta história podemos perceber quantas implicações existem nas questões que envolvem a sexualidade dos adolescentes. Sabemos que eles têm o "pensamento mágico" em que todo o mal vai acontecer com os outros, mas, nunca com eles.
Por isso, é preciso que se quebrem os tabus sobre o uso de preservativos, é preciso entender o que quer dizer "sexo seguro", é preciso saber o que é "comportamento de risco", é preciso conversar com eles sobre as drogas...é preciso estar mais perto deles, afinal...ainda somos os mesmos e vivemos como nossos país ?!?!


Solange Portela, ginecologista

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