Irmã Dulce

terça-feira, 26 de maio de 2009


"O amor supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios. Por mais que fizermos, tudo é pouco diante do que Deus faz por nós." (Irmã Dulce)

Nascida Maria Rita Lopes Pontes, aos 26 de maio de 1914, em Salvador, Irmã Dulce permanece viva no coração do povo bahiano. A aparência frágil, a voz sempre delicada e a extrema humildade abrigavam por trás do seu hábito uma grande mulher, obstinada em fazer o bem a qualquer um que dela se aproximasse e um coração que transbordava amor ao próximo.
Tive a imensa honra de conhecê-la pessoalmente durante o curso de Medicina, quando tínhamos estágio curricular em Clínica Médica no Hospital Santo Antônio. Quem lê sobre sua vida e obra se impressiona com seus feitos e todas as lutas que enfrentou, mas quem conviveu com ela pode ver de perto quanta luz, quanta força e quanta paz envolviam aquele corpo frágil e contagiavam quem estava por perto. Muito mais que lições de Clínica Médica, tivemos lições de vida, de fé, de caridade, de amor...
Deixo aqui minha homenagem a esta que já é a nossa Santinha, nosso Anjo Bom, a despeito de qualquer protocolo, regras ou provas exigidos apenas por quem não a conheceu.
Obrigada, Irmã Dulce !

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Escabiose Humana

domingo, 17 de maio de 2009

Também conhecida como Sarna, a escabiose é uma parasitose causada pelo Sarcoptes scabiei, de fácil transmissão, porém, sem grande repercussão sistêmica.
Muito frequente em ambientes de confinamento como hospitais, creches, presídios, alojamentos, etc, a transmissão ocorre pelo contato direto com a pele ou roupas, lençóis e toalhas de pessoas contaminadas como também durante o ato sexual. Não é considerada uma doença de transmissão sexual clássica já que a transmissão não depende fundamentalmente do parceiro sexual e por atingir, com muita frequência, idosos e crianças.
A infestação por este ácaro provoca intenso prurido na pele, que se agrava à noite, e erupções cutâneas consequentes ao fenômeno da coçadura. As lesões típicas consistem em pequenos túneis sub-cutâneos com pápulas nas extremidades, onde as fêmeas do Sarcoptes depositam seus ovos, porém, nem
sempre essas lesões podem ser observadas. As áreas mais atingidas são o abdômen, nádegas, flancos, coxas e mãos. Em homens, a região genital é frequentemente atingida. O tempo de aparecimento dos sintomas varia com a resposta do sistema imunológico, sendo que numa primeira infecção as erupções podem demorar de 2 a 6 semanas para se instalarem, enquanto que nas infecções de repetição ocorrem entre 1 a 4 dias do contágio.
Uma pergunta frequente é sobre a possibilidade de transmissão por animais domésticos como gatos, cachorros, galinhas. Esses animais podem desenvolver a doença e transmitir a humanos, porém a cura é expontânea. O Sarcoptes scabiei, causador da escabiose humana, é um parasita exclusivo do ser humano e a transmissão ocorre de pessoa para pessoa.
O diagnóstico é, na maioria das vezes, clínico, levando-se em conta informações sobre as lesões e sua localização, o prurido, o acometimento do parceiro sexual, membros da família ou da instituição onde o paciente está inserido.
O ácaro pode também ser observado ao microscópio em lâmina contendo material raspado das lesões.
O tratamento deve levar em conta não apenas a eficácia da droga mas também seu potencial de toxicidade, já que o paciente tende a usar a medicação por um período maior que o prescrito. O escabicida deve ser usado em todo o corpo, com excessão do nariz e couro cabeludo. Existem medicações de uso em dose única ou por alguns dias, sob a forma de loções, soluções ou cremes, devendo ser repetido após 7 a 10 dias, quando eclodem os ovos. Há também os medicamentos de uso oral. O prurido pode persistir por várias semanas, havendo necessidade, nestes casos, de associar medicação anti-histamínica.
Cuidados gerais de higiene como troca diária das roupas, lençóis e toalhas dos pacientes, membros da família e parceiros sexuais, bem como a limpeza das mãos e unhas são importantes para diminuir o risco de propagação e/ou recontaminação pela sarna. Importante dizer que, apesar de ser uma doença característica de ambientes com má qualidade de higiene, pode acometer indivíduos de qualquer classe social e com bons hábitos de higienização.

Publico este post em atenção à solicitação de Erik. Espero ter atendido às suas expectativas, meu amigo, e que as informações lhe sejam úteis.

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Amor e sina

sábado, 9 de maio de 2009

Parecia que seria mais um dos muitos e absurdos casos de violência sexual contra adolescentes. Poderia também ser mais um caso de gravidez indesejada na adolescência. Afinal, eram mãe, 33 anos, com o semblante assustado, demonstrando insegurança e, filha, 18 anos, grávida e a fisionomia querendo mostrar uma maturidade que não é própria da idade.
Ah, mas quanto engano nessas deduções, à primeira vista tão óbvias, porém, precipitadas. Vanessa nascera em consequência de um estupro sofrido por Cátia aos 15 anos e agora trazia a mãe à consulta por uma outra violência sofrida há poucos dias. O ar assustado e inseguro de Cátia nada mais era que a exteriorização da sua deficiência mental que a torna quase que em uma criança. O ar maduro de Vanessa é o reflexo mais profundo da sua realidade de vida, com plena consciência das limitações da mãe e das injustiças por ela sofridas.
Traz consigo uma pasta onde guarda exames, receitas e relatórios sobre sua mãe, os quais ela, preocupada, faz questão de mostrar.
Porém, nada disso tira dela a alegria e a esperança. Seu primeiro filho, aliás, filha e se chamará Clara, amada e desejada por ela e pelo namorado, nascerá dentro de alguns dias, ela conta com um sorriso e um brilho no olhar que nada consegue esconder.
É para ela, Vanessa, minha homenagem no Dia das Mães. Para essa menina que aprendeu a ser mãe cuidando da própria mãe e de si mesma, enfrentando desafios, superando dificuldades e preservando o amor dentro do seu coração. Que Clara encha de luz e alegrias a vida de Vanessa e que ela possa, finalmente, viver as etapas da vida como elas de fato devem ser.

"A missanga, todas a vêem.
Ninguém nota o fio que,
em colar vistoso, vai compondo as missangas." (Mia Couto)

A história, infelizmente, é verídica. Os nomes são fictícios.

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